Barter: como realizar essa operação na distribuição agrícola?

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No agronegócio brasileiro, além de novas técnicas e tecnologias, também são incorporados novos modelos de negócio para ampliar as oportunidades de negócios, melhorar seus resultados e trazer maior competitividade de mercado. A operação Barter é um exemplo disso!

O crescimento da produção agrícola demanda, também, um aumento no consumo de insumos para que essa produtividade seja alcançada.

Considerando que os produtores rurais, em sua grande maioria, trabalham seus cultivos normalmente alavancados por recursos vindos do crédito agrícola, o modelo Barter de comercialização surge para auxiliar na comercialização dos insumos e dos produtos agrícolas.

Mas como realizar essa operação na distribuição agrícola, incentivando e auxiliando os clientes?

É o que iremos tratar neste artigo. Confira!

Conhecendo a operação Barter

Barter é uma operação financeira realizada entre produtores rurais e empresas de insumos. Na prática, o pagamento pelo insumo é efetuado por meio de troca por produtos da fazenda.

Estes insumos, que serão utilizados na condução da lavoura, podem ser adquiridos sem a necessidade do pagamento antecipado em dinheiro.

Sendo assim, os produtores que optarem por esse tipo de operação farão uma troca com o distribuidor e oferecerão seus produtos em troca dos insumos adquiridos.

Portanto, também não há uma regra específica e sim uma negociação viável para ambas partes, de modo que modo x sacas de commodities valem x quantidade de fertilizantes, por exemplo.

Como são realizadas as trocas no modelo Barter

A operação Barter é uma modalidade que abrange diferentes tipos de commodities.

Primeiramente, é realizado o acordo de troca entre os produtos e insumos

No entanto, as empresas fornecedoras de insumos trabalham em parceria com tradings e consumidores de grãos (indústrias processadoras de alimentos). A partir disso, as 3 partes são envolvidas no processo:

  • Produtor: produz e troca o produto por insumos;
  • Fornecedor de insumo: vende as sementes, fertilizantes ou defensivos;
  • Trading ou Consumidor de grão: tem interesse em comprar e preparar o grão para consumo ou venda.

No trading, o objetivo é lucrar por meio da compra e venda das ações, matérias-primas ou moedas, vendendo a um preço mais alto que aquele pelo qual se comprou.

Na maioria dos casos, as operações de Barter são atreladas à Cédula de Produto Rural (CPR) e exigem certos cuidados de ambas as partes no preenchimento e formulação do contrato.

Para que tenha validade, a CPR deve ser assinada pelas três partes interessadas e registrada em cartório. Outro documento importante a ser redigido nas operações de Barter é a Cessão de Crédito do contrato que estabelece a quantidade e os valores de compra e venda da commodity do produtor para a trading antes da safra.

Considerando as partes envolvidas, a troca acontece como um ciclo:

  1. Para iniciar seu trabalho na condução da lavoura, o produtor precisa de insumos, como sementes, maquinário e manutenção, pesticidas, fertilizantes e adubo;
  2. O fornecedor entrega os insumos para o produtor e, de acordo com o combinado, recebe os produtos obtidos na colheita da lavoura;
  3. Por fim, o fornecedor dos insumos repassa os produtos para a última parte envolvida no contrato de Barter: a trading que, por sua vez, transforma para consumo, venda ou exportação.

Ou seja, as operações Barter funcionam como um tipo de financiamento privado entre as três partes interessadas.

Como e por que realizar o Barter na distribuição agrícola?

A grande importância do Barter é garantir ao produtor a compra de insumos para a sua safra sem que ele precise tirar dinheiro do bolso.

Além disso, esse tipo de operação protege o seu custo de variações do preço da commodity, facilitando, assim, o gerenciamento do seu negócio.

Dessa forma, a agropecuária ganha uma oportunidade de oferecer condições especiais aos seus clientes!

A negociação feita por meio da operação Barter oferece vários outros benefícios, como:

  • Menos riscos: por ser uma garantia de venda para o produtor rural, já que a negociação é feita com antecedência, ele se compromete a entregar uma parte da colheita ao mesmo tempo em que o preço é estipulado previamente;
  • Baixo custo: como o pagamento é realizado por meio de grãos, após a colheita, o produtor não precisa recorrer a outros financiamentos e acaba optando por sua parceria com o distribuidor;
  • Evita o desperdício: a troca dos insumos pelos produtos obtidos na colheita o previne de problemas causados pelo armazenamento.

Sendo assim, o distribuidor pode, e deve, utilizar dessa operação para ajudar seus clientes, firmando a parceria que já ocorre há um tempo.

As vantagens do Barter para o Distribuidor

Entre as principais vantagens dessa operação está o fato do produtor rural saber antecipadamente o custo de sua lavoura e, assim, conseguir aproveitar o bom momento de mercado para adquirir os produtos que necessita.

Ao oferecer essa condição, a agropecuária demonstra a confiança no produtor reafirma todo o suporte para auxiliá-lo durante as diferentes fases no campo!

Para aderir às condições de operação Barter, você pode seguir o seguinte modelo:

  1. O produtor vai até a distribuição, verifica junto ao consultor os insumos que necessita e alinha como se dará a troca com os grãos;
  2. Feita a negociação, são emitidas as documentações e combinadas as entregas dos insumos;
  3. Após a colheita, o produtor entrega a produção à trading, que finaliza o processo junto a sua distribuição.

Lembre-se que uma boa organização e definição de processos para gerir a documentação do Barter é fundamental para minimizar os riscos.

Os documentos dão a garantia jurídica de que, caso seja necessária a execução, o bem que será executado, se estiver em condições para isso.

Com essas vantagens, a atenção do produtor deverá estar voltada, principalmente, para a dimensão das operações de troca que fará com o Barter e como a sua distribuição apoia em todos os momentos, desde o plantio a colheita!

Publicado por:
Especialista com mais de 10 anos de experiência no agronegócio, com conhecimento em Liderança, Gestão Empresarial e Processos Gerenciais.