Plantio direto: o sistema mais utilizado pelos produtores de grãos

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De acordo com a Febrapdp, cerca de 90% das lavouras de fazendas de grãos do Brasil são semeadas pelo sistema de plantio direto. O principal motivo para toda essa abrangência é que esse sistema evita processos erosivos.

Mesmo que suas técnicas sejam um desafio para os produtores rurais, optar pelo plantio direto traz benefícios tanto ao solo como às plantas: com maior produtividade e a redução de contaminações. Além da conservação de recursos hídricos e da biodiversidade de cada região.

O que é plantio direto?

O Sistema de Plantio Direto (SPD) é um conjunto de técnicas que visam a conservação de características físicas, químicas e biológicas do solo. Por isso, etapas utilizadas no sistema de plantio convencional, como a aração e a gradagem, não são aplicadas no SPD.

Ele pode ser considerado uma modalidade de cultivo mínima, já que o preparo do solo fica limitado a preparação do sulco, a semeadura e a adubação. Segundo a Embrapa, os fundamentos do plantio direto são:

  • Eliminação ou redução das etapas de preparação do solo, antes do plantio;
  • Uso de herbicidas para controle de ervas daninhas;
  • Rotação de culturas;
  • Uso de semeadoras específicas;
  • Formação e manutenção de cobertura morta (palhada).

O último item é o mais atribuído ao SPD, é necessário que o solo fique coberto sempre para evitar o impacto direto da água da chuva, erosões hídricas e eólicas, e o escorrimento superficial.

Plantas de cobertura do solo

O sucesso do plantio direto se dá, principalmente, pelo uso da palhada como cobertura do solo. Mas em que ela consiste? Essa proteção é feita da junção dos restos de culturas comerciais presentes no solo e da palha resultante de plantas que são cultivadas apenas para a cobertura do solo.

Essas plantas ajudam a criar um ambiente muito favorável à produção vegetal, estabilizando e reparando as condições físicas, químicas e biológicas do terreno.

Na hora da seleção das plantas de coberturas é importante levar em consideração a região e a estação (verão, inverno…) em que elas serão cultivadas. Além disso, é preciso checar a disponibilidade das sementes, as condições do solo, a rusticidade das plantas e a possibilidade de usá-las comercialmente.

As plantas ainda precisam ser alternadas durante a rotatividade de culturas para evitar a incidência de pragas. Elas devem ainda possibilitar um fácil manejo da camada de palha formada. Para que o SPD seja bem-sucedido, pelo menos 50% da área precisa estar coberta com material orgânico.

As principais plantas de cobertura de solo utilizadas no Sistema de Plantio Direto no Brasil são a aveia preta e a branca, o centeio, o tremoço branco e o azul, a ervilhaca comum, a ervilha forrageira, o nabo forrageiro, entre outras.

Sistema convencional x sistema de plantio direto

A principal diferença entre o sistema convencional e o sistema de plantio direto é o revolvimento do solo. No sistema convencional, o uso de implementos agrícolas (como o arado e a grade) ajuda a “soltar” o solo, depois disso a gradagem é feita para que haja destorroamento e nivelamento do terreno e aí a lavoura é semeada.

Já no plantio direto, as camadas compactadas do solo são eliminadas antes de implantar o sistema. Depois o terreno é nivelado com sulcos ou valetas, onde as sementes serão depositadas. Se necessário o PH do solo é corrigido, antes da aplicação da palhada, que é feita antes da passagem das semeadoras.

Requisitos para implantação do plantio direto

O produtor rural precisa cumprir alguns requisitos para que o Sistema de Plantio Direto possa ser utilizado nas lavouras de sua fazenda.

O primeiro deles diz respeito à qualificação técnica, o produtor precisa ter um amplo conhecimento sobre o SPD e fazer um acompanhamento mais rígido dos seus cultivares quando o utilizar. A mão de obra da propriedade também precisa estar bem treinada.

Em terrenos que possuem o solo úmido, o produtor rural precisa garantir que este tenha sido bem drenado, já que o plantio direto aumenta a quantidade de água presente no solo. Além disso, o terreno deve estar nivelado e as camadas adensadas de terra precisam ser eliminadas.

Em solos ácidos, o PH precisa ser corrigido muitas vezes com uso de calcário (que deve ser aplicado nas camadas mais profundas). Não pode haver queima de restos de culturas anteriores e é necessário que um picador seja usado para espalhar a palhada.

Um ponto que merece muita atenção é o controle de pragas e ervas daninhas. Com o plantio direto, as lavouras ficam mais suscetíveis a ataques, por isso, as plantas daninhas precisam ser erradicadas antes do SPD.

Vantagens e desvantagens do SPD

O sistema de plantio direto possui diversas vantagens e desvantagens, por isso preparamos essa tabela que compara os prós e contras do SPD.

Tabela de vantagens e desvantagens do plantio direto.

Conclusão

O Sistema de Plantio Direto é muito utilizado pelos produtores rurais brasileiros, pois conserva as características do solo contribuindo para a conservação da biodiversidade.

Com a aplicação dessas técnicas no campo, as fazendas de grãos também ganham em produtividade. Precisa de ajuda no gerenciamento de suas lavouras? Conheça o ERP AgriManager, o software de gestão da Siagri criado para atender as necessidades dos produtores de grãos brasileiros.

Publicado por:
Arquiteto de soluções na Siagri com mais de 9 anos de experiência no agronegócio. Especialista em Ciências Contábeis e Sistemas ERPs.