A tecnologia está transformando a forma como trabalhamos e interagimos uns com os outros, e o agronegócio, setor responsável por 25% do PIB em 2022 segundo Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) e um dos principais pilares da economia global, não está isento dessa mudança.
Investimentos em ERP, sensores de movimento, Inteligência Artificial, BI (Business Intelligence) e Analytics, e outras soluções tecnológicas têm proporcionado aos produtores e às empresas agro (distribuidores de insumos e cooperativas agrícolas, por exemplo),a chance de superar desafios que até então eram classificados como impossíveis.
Neste artigo, entenda o que é transformação digital, como esse movimento vem impactando o setor do agronegócio e quais os obstáculos para a sua implementação.
Veja ainda como é possível executar e se beneficiar da transformação digital a partir de 8 ações práticas. Boa leitura!
O que é transformação digital?
A transformação digital é um conceito que trata da adoção de tecnologias disruptivas para modernizar a cultura e os processos. Mas ela não se resume unicamente a isso. Envolve, também, a integração de duas ou mais ferramentas avançadas para melhorar a tomada de decisão, a análise de dados e a experiência do cliente.
Com o avanço tecnológico, o mundo tem evoluído a uma velocidade assustadora. Empresas dos mais variados setores, como é o caso do agronegócio, estão correndo contra o tempo para adaptarem os seus empreendimentos e conseguirem acompanhar todas as oscilações.
Investir em tecnologias como um software ERP, BI e Analytics é uma das ações que contribui para a transformação digital, por isso muitos distribuidores de insumos e cooperativas agrícolas, por exemplo, estão implementando e usando essas soluções.
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Como a transformação digital impacta o agronegócio
Tradicionalmente, a agricultura era vista como uma atividade baseada na intuição e na experiência. No entanto, com o avanço das tecnologias digitais, os agricultores e empresários do campo passaram a ter acesso a uma gama de ferramentas que revolucionaram a maneira como gerenciam suas operações.
Uma das principais delas envolve a agricultura de precisão. A partir do uso de sensores, drones e sistemas de informações geográficas (SIG),por exemplo, os profissionais conseguiram e estão conseguindo monitorar e gerenciar as fazendas de forma muito mais rápida. Isso porque podem coletar dados sobre o solo, as condições climáticas e até mesmo o crescimento das plantas, em tempo real.
Além da agricultura de precisão, a transformação digital também têm desempenhado um papel importante quanto a automatização de tarefas. Tratores autônomos, colheitadeiras e drones podem executar atividades sem depender de trabalho humano, permitindo uma economia de tempo e custos de operação.
A conectividade oferecida pela Internet das Coisas (IoT) também tem permitido que os agricultores e as empresas do ramo monitorem operações remotamente. No caso das fazendas, produtores passaram a receber alertas sobre condições climáticas, falhas de irrigação ou até infestações de pragas.
Já no caso das empresas agro, equipes podem monitorar atividades ligadas à avicultura, entre outros, e acessar informações instantâneas que permitem agir para mitigar os problemas.
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Como a transformação digital impacta distribuidores de insumos e cooperativas agrícolas
A transformação digital não tem beneficiado apenas os agricultores individuais; ela também tem reformulado a forma com que distribuidores de insumos e as cooperativas agrícolas operam.
A digitalização, por exemplo, permite que essas empresas realizem um melhor controle dos seus estoques, desde sementes até fertilizantes. Os sistemas de gestão chamados ERP, utilizados para otimizar o gerenciamento, estão sendo úteis para rastrear a demanda, otimizar a distribuição e reduzir desperdícios.
Outro impacto está relacionado à tomada de decisão. Distribuidores e cooperativas podem coletar dados sobre as preferências dos agricultores, padrões climáticos e desempenho de produtos, e a partir de tecnologias BI e Analytics melhorar o atendimento às necessidades de seus clientes.
Sistemas e plataformas digitais também têm possibilitado uma comunicação mais eficiente com os agricultores. Isso porque os distribuidores e cooperativas podem fornecer informações sobre os produtos, preços e melhores práticas no campo, por meio de seus próprios aplicativos e sites.
Quais são os benefícios da transformação digital no agronegócio
A transformação digital no agronegócio oferece uma série de benefícios, a começar pela capacidade do agricultor e das empresas do ramo acompanharem a evolução do mundo e o crescimento das demandas.
Outras vantagens que também merecem destaque, incluem:
- Aumento da eficiência operacional: a automação e a análise de dados a partir de soluções BI e Analytics permitem que as operações sejam executadas em maior velocidade, o que contribui para a economia de tempo e recursos;
- Ganhos em produtividade: com a capacidade de monitorar dados e operações em tempo real, a partir de um ERP, os agricultores, os distribuidores de insumos, cooperativas agrícolas e outras empresas do ramo estão conseguindo aumentar a produtividade, executando mais ações com menos recursos;
- Tomada de decisões inteligente: os dados coletados e analisados a partir de soluções tecnológicas BI e Analytics permitem que os profissionais do agronegócio tomem decisões mais informadas sobre, por exemplo, sazonalidades, atuação na lavoura, qualidade de produtos e serviços, necessidades de demanda, entre outros;
- Redução de custos: a automação a partir de um ERP também contribui para reduzir custos operacionais, uma vez que elimina gargalos na gestão de estoque, evita o desperdício de recursos e diminui a incidência de erros humanos;
- Sustentabilidade: a transformação digital também pode contribuir para práticas agrícolas mais sustentáveis, já que empresas podem estreitar a comunicação com os agricultores e ajudá-los a usar a quantidade ideal de insumos e componentes químicos.
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Desafios ao implementar a transformação digital
A transformação digital proporciona inúmeros benefícios às empresas do agronegócio, mas é preciso ter em mente que a sua implementação nem sempre é simples e, portanto, pode trazer desafios.
O principal obstáculo envolve, por exemplo, os custos iniciais. A aquisição de tecnologia e a atualização de equipamentos podem sair caro para uma empresa, o que tende a limitar o acesso e o uso de ferramentas importantes para otimização de processos.
Outro obstáculo está relacionado à conectividade. Em cidades pequenas ou áreas rurais remotas, a falta de infraestrutura de internet de alta velocidade pode dificultar a implementação de tecnologias usadas pelo agricultor e os próprios distribuidores de insumos e cooperativas agrícolas.
Além dos custos iniciais e a conectividade, vale mencionar os desafios de capacitação de equipes e o próprio produtor rural. Para fazer o uso adequado das novas tecnologias e obter o máximo do seu potencial, é necessário investir em treinamento e qualificação técnica.
Por último, temos ainda as questões voltadas para a privacidade e segurança de dados. A coleta e o armazenamento das informações precisam ser realizadas adequadamente para que não existam riscos de extravios ou ameaças cibernéticas.
Como implementar a transformação digital em distribuidores de insumos e cooperativas agrícolas
Agora que já vimos o que étransformação digital, seus impactos no agronegócio, benefícios e principais desafios para implementação, vamos à prática. Abaixo preparamos uma lista indicando como os distribuidores de insumos e as cooperativas agrícolas podem aplicar a transformação digital de forma estratégica.
Veja:
1- Avaliação das necessidades
O que está faltando para a empresa agro ser mais moderna e tecnológica? Investimento em tecnologia? Treinamento e educação? Ou ambos?
Caso o distribuidor de insumos ou a cooperativa agrícola não tenha tecnologia de ponta ao seu alcance, é necessário que a mesma invista em soluções que a tornem mais moderna, como é o caso de sistemas de gestão (ERP),sensores de rastreamento e aplicativos móveis, por exemplo.
Além disso, é importante também fornecer treinamento e qualificação para que a equipe e os clientes aproveitem ao máximo as novas ferramentas.
2 – Construção do planejamento estratégico
Quanto a empresa está disposta a investir nas tecnologias? Qual a capacidade financeira de investimento? Quando será feita a implementação das soluções? E como o time interno deve ser preparado para usar as ferramentas?
A segunda etapa consiste em construir um planejamento, identificando o porquê de investir nas novas soluções, como será feito esse investimento, quais pessoas estarão envolvidas no uso e qual o tempo máximo para implementação. Esse documento direcionará a empresa, impedindo que ela gaste recursos que não tem ou invista em soluções que não agregam ao seu propósito de negócio.
3- Escolha das tecnologias
Feito o levantamento das necessidades e o planejamento estratégico? É hora de escolher as tecnologias a serem implementadas!
Existem inúmeras soluções disponíveis para o setor agrícola, desde sistemas ERP até plataformas de análise de dados, por isso a escolha das soluções precisam ser aqueles que melhor atendem às necessidades e objetivos atuais do negócio.
Considere o investimento em software de gestão, por exemplo, caso o distribuidor de insumos ou a cooperativa agrícola queira simplificar o acompanhamento de safras, melhorar o controle de estoque ou potencializar a gestão financeira.
4- Integração de sistemas
O distribuidor de insumos ou a cooperativa agrícola já possui tecnologias na sua base tecnológica? Se sim, as novas ferramentas poderão ser integradas a essas soluções?
Antes de investir em equipamentos novos, é preciso certificar que as tecnologias são capazes de se comunicar com as ferramentas já existentes para que o compartilhamento de dados ocorra sem problemas, e as informações sejam transmitidas com precisão.
5 – Automação de processos
Quais processos manuais o distribuidor de insumos ou a cooperativa agrícola realiza atualmente? As novas tecnologias podem automatizar esses processos? Se sim, como funcionará essa automação?
A automação desempenha um papel crucial na transformação digital, pois deixa a empresa do agronegócio mais bem preparada para realizar processos e atuar diante das oscilações do mercado. Assim sendo, identifique os processos manuais que podem ser automatizados, como é o caso da gestão de pedidos de clientes ou o monitoramento de safras, por exemplo, e configure as ferramentas para executar essas funções.
6- Implementação gradual
As novas tecnologias serão bem aceitas pelo time interno? Quais são as restrições de uso que podem gerar resistência na implementação das soluções?
Por exigir um posicionamento revolucionário e tirar todas as pessoas da rotina, pode ser que alguns integrantes fiquem receosos em adotar e usar (de forma correta) as novas soluções. Assim sendo, nossa dica é fazer uma implementação gradual, começando por áreas específicas que ofereçam os maiores benefícios e exista menos resistência.
À medida que sua equipe se familiariza com as novas tecnologias e processos, você pode expandir os investimentos.
7 – Coleta e análise de dados
Como a empresa vai acompanhar a performance das vendas? Quais indicadores vai usar para fundamentar as estratégias? Quais tecnologias serão usadas para coletar os dados?
Os distribuidores de insumos e as cooperativas agrícolas só poderão se beneficiar totalmente da transformação digital quando fizeram o bom uso de dados para fundamentar suas estratégias e tomadas de decisões.
Por isso, a sétima etapa para realizar a transformação digital consiste em fazer a coleta de dados (a partir de sensores, drones e outras tecnologias de coleta de dados),e analisar essas informações (com ferramentas BI, Analytics e ERPs que ajudam a extrair insights valiosos).
8- Monitoramento e avaliação contínua
A ferramenta está atendendo as necessidades da empresa? Existem soluções que podem ser implementadas para potencializar os resultados?
A transformação digital é um processo contínuo. Para saber se a empresa realmente está fazendo bom uso das ferramentas e elas estão entregando tudo que prometeram, é preciso acompanhar indicadores de desempenho e, se necessário, fazer ajustes para otimizar ainda mais os resultados.
Considerações finais
Embora a transformação digital tenha desafios quanto a sua implementação, como custos iniciais e questões de segurança, as recompensas obtidas a partir dela são impressionantes.
As empresas que estiverem realmente dispostas a mudar e abraçar as novas tecnologias estão mais propensas e preparadas para melhorar a produtividade, reduzir a incidência de erros humanos, acelerar a tomada de decisão estratégia e aprimorar a experiência dos clientes.
O que a sua distribuição de insumos ou cooperativa agrícolas tem feito para acompanhar a inovação e se beneficiar da transformação digital? Deixe nos comentários!