A cultura da soja requer como nutriente principal para o seu desenvolvimento o Nitrogênio. Este elemento está relacionado com o metabolismo vegetal, fotossíntese, respiração, crescimento, produção de flores, folhas e grãos.
O uso de inoculante para soja pode promover maior produtividade na safra, pois é através desse procedimento que o nitrogênio necessário é fornecido à leguminosa por meio de uma relação simbiótica com bactérias fixadoras de nitrogênio. Os inoculantes são fáceis de serem achados no mercado e podem ser líquidos, em géis ou turfosos.
Além disso, o custo desses insumos agrícolas é barato se comparado ao benefício que o uso deles oferece à lavoura. Eles são compostos por micro-organismos (bactérias),ou seja, são produtos de base biológica.
Como são bactérias vivas, o produtor rural precisa se adequar à aplicação correta dos produtos. Neste texto, iremos pontuar os principais conceitos relacionados ao uso de inoculante para soja nas lavouras.
O que faz um inoculante para soja?
Ao aplicar um inoculante para soja, a bactéria – Bradyrhizobium japonicum ou Bradyrhizobium elkanii – assimila o nitrogênio que existe no ar nas plantas, formando nódulos em suas raízes.
Assim, o processo de Fixação Biológica do Nitrogênio (FBN) acontece. Os micro-organismos têm capacidade de fornecer todo o Nitrogênio que a soja precisa, e caso a eficiência seja baixa é necessário maximizá-la com uso de fertilizantes.
De acordo com a Embrapa, os inoculantes líquidos e em formato de gel podem ser aplicados via semente e via sulco de semeadura. Já os inoculantes turfosos só podem ser injetados na semente da leguminosa.
Tipos de inoculante para soja. Fonte: Embrapa
Vale lembrar que a cada 1 tonelada de grãos de soja são necessários cerca de 80kg de nitrogênio, que as bactérias podem assimilar para as plantas.
Coinoculação
O Brasil é um dos países pioneiros no estudo do uso de micro-organismos para assimilação de nitrogênio nas plantas, por isso, esse processo é bastante difundido pelo país. Essa difusão possibilitou o uso de uma segunda bactéria: a Azospirillum brasilense.
A “bactéria brasileira” atua no desenvolvimento radicular da planta e reduz perdas em situações de estresse hídrico. O uso da Bradyrhizobium aliado a Azospirillum brasilense é conhecido como coinoculação. Esse procedimento pode causar um rendimento na soja de até 16%.
Aplicação do inoculante
Antes de tudo, o produtor deve garantir que o inoculante para soja adquirido seja fabricado por empresas registradas no MAPA e devem estar dentro do prazo de validade.
O transporte e armazenamento desses produtos também exigem cuidados especiais, visto que são materiais biológicos. A temperatura e o arejamento devem ser adequados para manter as bactérias sem danos.
A inoculação deve ser feita à sombra, pois esses micro-organismos não suportam altas temperaturas e nem a luz solar. Para aplicá-los basta espalhar o insumo uniformemente na superfície da semente, dessa maneira é possível se obter maior fixação biológica do nitrogênio.
Assim como o inoculante para soja, as sementes que passaram pelo processo também devem ser protegidas do sol e do calor antes do plantio. Nunca faça o processo de inoculação dentro das caixas da semeadora, e uma vez feita a inoculação se deve partir para o plantio em seguida.
A inoculação da soja pode ser feita junto ao tratamento químico das sementes, para evitar que os químicos exerçam algum efeito danoso às bactérias uma dose maior de inoculante pode ser aplicada. A proporção mínima de inoculante é de 100ml para cada 50kg de sementes.
Benefícios do uso de inoculante para soja
Além da assimilação do nitrogênio feita pelas bactérias na soja, os inoculantes possuem outros benefícios quando são aplicados. As plantas que crescem após a aplicação do produto em suas sementes são mais resistentes às condições ambientais do local.
Outros pontos são a maior resistência aos períodos de estiagem, a maior absorção de água e outros nutrientes necessários às plantas, o aumento da simbiose com bactérias que promovem o crescimento da soja e aumento na produção de fito-hormônios, que melhoram o desenvolvimento da lavoura.
Quando a inoculação é realizada de maneira eficaz, os fertilizantes nitrogenados não são necessários em nenhum estágio de desenvolvimento da lavoura. Segundo a Embrapa, o inoculante tem capacidade de gerar mais de 300kg de Nitrogênio por hectare, um custo 95% menor que o de fertilizantes.
A ureia (fertilzante) custa em média R$500 por hectare, enquanto os inoculantes para soja tem custo que veria de R$8 a R$15 por hectare. A re-inoculação, feita anualmente, pode aumentar o rendimento da lavoura em até 8%.
Conclusão
O uso de inoculante para soja em sementes – antes do plantio – possibilita a fixação biológica do Nitrogênio encontrado no ar nas plantas. Tudo isso é feito pelos micro-organismos que assimilam este nutriente em seu processo metabólico e o disponibiliza para a planta proporcionando um desenvolvimento eficaz para a lavoura.
Os inoculantes são mais baratos que os fertilizantes nitrogenados e podem aumentar a produtividade dos grãos de maneira expressiva. Diversas técnicas vêm sendo desenvolvidas junto a essas bactérias e os resultados são surpreendentes e satisfatórios.
Como tudo em uma propriedade rural, é necessário pesquisar, analisar e escolher o inoculante para soja que mais se adeque a realidade da área e traga benefícios à lavoura. O tempo gasto a mais na aplicação desses produtos pode ser um diferencial na sua produtividade.
Aproveita para ler o nosso texto sobre “Colheita de soja: melhore seus resultados e confira dicas de armazenagem”.
