Milho safrinha: plantio arriscado que pode alcançar alta produtividade

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Por conta das recentes geadas que ocorreram nas regiões sul e centro-oeste, a produção de milho safrinha para 2021 poderá ter uma queda de até 22,8% em relação ao último ano. Porém, em geral, a segunda e a terceira safra representam 25% da produção de milho anual brasileira.

O Brasil é um dos poucos países do mundo que permitem uma janela tão grande para a produção do cereal, podendo ter até três plantios no período de 12 meses. Cada uma dessas safras se distingue em condições climáticas, manejos e estratégias.

A safra tradicional de milho ocorre entre os meses de setembro e dezembro, já o milho safrinha pode ser plantado entre janeiro e abril (segunda safra) e de abril a junho (terceira safra). Por estar fora da janela ideal muitos riscos são assumidos pelos produtores que optam pela safrinha.

História do milho safrinha

O cultivo de milho safrinha começou no fim dos anos 1970, no Paraná, mas se tornou mais comum nos últimos anos. Atualmente, o cultivar é plantado também em outros estados sendo eles: São Paulo, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Minhas Gerais.

Cada vez mais os produtores rurais vêm investindo no plantio da safrinha de milho, principalmente nos primeiros meses do ano logo após a safra da soja, sendo este tipo de cultivo conhecido como “dobradinha soja-milho”.

No início, a implementação da segunda safra foi feita especialmente para consumo da própria fazenda, ou seja, não era um milho comercial. Porém, o milho safrinha acabou sendo um sucesso de produtividade, o que chamou atenção de diversos produtores, se expandindo para outras regiões.

Em 2009, segundo a Embrapa, o rendimento da safrinha (4.489 kg/ha) chegou a ser maior que o da própria safra (4.042 kg/ha). Esse resultado só foi possível graças ao domínio de tecnologias e conhecimentos, que vem crescendo no agronegócio nas últimas décadas.

Escolha da semente

Por ser considerado um investimento de risco, já que é plantado fora da janela de condições ideais para o milho, muitos produtores no início utilizavam sobras de sementes da safra para a semeadura da safrinha.

No geral, não existem diferenças entre os cultivares convencionais e o milho safrinha, porém, a época de cultivo faz com que o ciclo dos dois se diferencie. Por isso, o setor privado começou a investir no desenvolvimento de sementes específicas para o plantio da segunda e da terceira safra do milho.

A diferença mais marcante é o tempo de desenvolvimento das plantas, durante a safrinha existe menos luz solar disponível, o que retarda a colheita em até um mês em algumas regiões. Isso faz com que apenas alguns híbridos disponíveis atualmente possam ser usados na segunda safra.

O mais comum é o uso de sementes superprecoces, evitando as épocas mais frias e secas do ano. Porém, dessa maneira a produtividade pode ser baixa, por isso, vem se popularizando – principalmente no centro-oeste – o uso de híbridos mais tolerantes à seca e ao frio.

Outra técnica que foi popularizada no Brasil é de antecipação da colheita de soja, o que permite que o milho safrinha seja semeado logo em seguida. Os produtores também utilizam sementes com diferentes ciclos para diminuir os riscos das condições climáticas.

Investir em sementes pode gerar uma economia no uso de fungicidas, que são caros e na maioria das vezes não compensam o custo-benefício. A calibragem correta das semeadeiras também é outro ponto que merece atenção dos produtores durante a safrinha.

Manejo da cultura

Ainda por conta dos riscos do período de semeadura, algumas técnicas de manejo dos cultivares do milho safrinha precisam ser tomadas pelos produtores. É claro que isso varia de região para região, por isso, a ajuda de um parecer técnico pode ser necessária.

Monitorar pragas, doenças e ervas daninhas e ajustar a adubação – para evitar o déficit hídrico na plantação – também faz parte do manejo ideal da segunda e terceira safra do milho. Com um bom manejo, os produtores possuem mais segurança quanto ao investimento neste tipo de plantio.

Conclusão

O milho safrinha se popularizou no Brasil por ter alcançado uma produtividade alta, mesmo sendo semeado fora da janela climática ideal para o cereal. Porém, em alguns anos – como 2021 – as mudanças climáticas podem trazer resultados menores do que os esperados pelos produtores.

Mas, com um bom planejamento, sementes e um bom manejo até nas piores condições o produtor consegue controlar suas lavouras e evita que os prejuízos sejam grandes. O uso de um software de gestão agrícola na fazenda pode ajudar neste controle, conheça o ERP AgriManager: o mais completo para fazendas de grãos.

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Publicado por:
Arquiteto de soluções na Siagri com mais de 9 anos de experiência no agronegócio. Especialista em Ciências Contábeis e Sistemas ERPs.