Uma das etapas pós-colheita mais conhecida dos produtores rurais é a secagem de grãos, processo que ocorre antes da armazenagem. Ela é essencial para evitar perdas e conservar, por tempo prolongado, a safra recém finalizada.
Pesquisas mostram que 10% dos grãos que vão para armazéns no Brasil são perdidos por conta de contaminações químicas, físicas ou biológicas. Neste contexto, a secagem se torna ainda mais relevante já que controla a umidade dos produtos evitando a proliferação de pragas, por exemplo.
Secagem e armazenagem
Como já foi pontuado, a armazenagem e a secagem de grãos são dois passos interligados do processamento de uma safra de soja, milho, sorgo, milheto e outros. As duas são utilizadas com um mesmo objetivo: manter a qualidade da colheita.
Por isso, alguns cuidados simples precisam ser tomados desde o início do manejo desses grãos dentro dos secadores e das unidades armazenadoras. O primeiro deles é higienizar os compartimentos a fim de eliminar os diferentes tipos de contaminadores no ambiente.
Aqui no Blog Siagri, já temos um texto completo voltado apenas para armazenagem de grãos e outro com foco em estruturas de armazenagem.
Processo de secagem
No geral, a colheita de grãos é realizada após o ponto de maturidade fisiológica e, por isso, a umidade ainda está alta.
A secagem é o primeiro procedimento feito na safra exatamente para abaixar a umidade dos grãos a um nível em que eles possam ser armazenados.
Essa etapa exige cuidado por parte de quem realiza, porque a pressão do vapor do ar aplicado deve ser menor que a pressão do grão. Outros fatores como velocidade e tempo de secagem são definidos a partir do tamanho, umidade e teor de umidade dos grãos.
Secagem natural
A secagem de grãos realizado no próprio campo é conhecida como secagem natural. Durante ela, são utilizadas a temperatura ambiente e a radiação solar para reduzir o teor de água nos grãos recém-colhidos.
No Brasil, pequenos e médios produtores de milho, café e feijão ainda utilizam a secagem natural em suas fazendas, tendo como principal vantagem o baixo custo do processo. Porém, esse método está sujeito a temperatura local e favorece o aparecimento de pragas agrícolas.
Secagem artificial
Já a secagem artificial é feita com o auxílio de secadores, movidos a gás ou à lenha. Apesar do custo elevado dessa técnica e do maior risco de incêndios, o uso do processo artificial garante agilidade e maior qualidade do produto final.
No mercado, usualmente, são encontrados dois tipos de fluxos nos secadores, os intermitentes e os contínuos. Esses equipamentos possibilitam estabelecer diferentes combinações de movimentações, da massa de grãos e do contato dos grãos com o ar aquecido.
Secagem de grãos em fluxo contínuo: nesta técnica, os grãos passam somente uma vez pelo secador e sua umidade inicial não pode ultrapassar os 18%;
Secagem de grãos em fluxo intermitente: utilizando este tipo de fluxo os grãos passam mais de uma vez dentro do secador, pois a umidade deles é elevada (acima de 18%).
Tipos de secadores
Normalmente, os produtores rurais brasileiros usam dois tipos de secadores: de cascatas e de fluxos cruzados. Os de cascata possuem “calhas” em suas extremidades abertas e fechadas, o que faz com que o ar passe pelos grãos.
Nos secadores de fluxos cruzados, os grãos ficam em movimento na estrutura feita de metal perfurado. Neles, o ar não circula de maneira uniforme e os grãos mais próximos às chapas acabam secando mais rapidamente que os outros.
Custos da secagem de grãos
O planejamento financeiro para produtores rurais é muito importante para manter um negócio agrícola. E em procedimentos como a secagem de grãos, o gestor da fazenda precisa calcular seus gastos e benefícios recebidos a curto, médio e longo prazo.
Uma boa maneira de se fazer isso é utilizando uma planilha de gastos com procedimentos da pós-colheita. Mas, um jeito mais fácil é com a implementação de um software de gestão voltado para fazendas.
Com o ERP AgriManager, o produtor rural consegue acessar relatórios, gráficos e unir todas as áreas de seu negócio em um só lugar. Facilitando o processo de gestão de compras e o controle dos processos aplicados em cada lavoura.
Conclusão
A secagem de grãos é uma etapa da pós-colheita interligada à armazenagem de grãos. Esse processo pode ser feito de maneira natural ou artificial (com o uso de secadores) e é muito importante para controle da umidade do produto final.
Por se tratar de um procedimento que gera gastos, é imprescindível que os produtores rurais façam um planejamento financeiro antes de implementar a secagem em suas safras. Outro ponto que merece atenção é a organização e limpeza de todos os equipamentos utilizados.
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