fbpx

Sorgo: 5 práticas para elevar a produtividade da produção

Compartilhe

O sorgo é o quinto cereal mais plantado no mundo e é muito popular no Brasil. Além de seus valores nutricionais para a alimentação humana, também é atrativo por precisar de uma menor necessidade de insumos para a sua produção.

Além disso, o cereal é bastante utilizado na fabricação de rações e possui um papel complementar por ser rico em proteínas e é nutricionalmente comparável a outros grãos de cereal em termos de vitamina, minerais e fonte de fibras.

Considerado por muitos como um superalimento, o grão é nativo da África e por isso, possui fácil adaptação, já que é muito resistente à seca e a climas quentes.

Neste artigo, você saberá mais sobre a cultura do sorgo, os seus tipos, para que é usado, dentre outras informações pertinentes sobre o cereal. Boa leitura!

O que é sorgo e para que serve?

O Sorghum bicolor comumente conhecido como sorgo, está classificado entre as cinco principais culturas de cereais do mundo. O cereal desempenha um papel vital na produção global e é o alimento básico de bilhões de pessoas.

O sorgo é uma cultura polivalente cultivada para grãos, caule doce, forragem e fibras de vassoura. Também serve como fonte de combustível, bioetanol, bebidas alcoólicas e materiais de construção.

É uma das culturas alimentares mais importantes das regiões áridas e semiáridas do mundo, enquanto nos países desenvolvidos é cultivada principalmente para forragem e ração animal.

Sua produção é vista como mais sustentável, pois não requer muitos recursos para a plantação, ou seja, não precisa de muita irrigação e nem do uso de muitos fertilizantes.

Tipos de sorgo

Basicamente, existem cinco tipos de sorgo: forrageiro, granífero, vassoura, sacarino e biomassa. Abaixo você confere as características de cada um deles:

Sorgo forrageiro

O sorgo forrageiro se adapta melhor a regiões quentes e é particularmente conhecido por sua tolerância à seca em comparação com o milho.

O crescimento do sorgo forrageiro pode variar de 1,5 a 4,5 metros de altura. Os híbridos podem ser férteis e produzir grãos comparáveis ao sorgo granífero, ou podem ser estéreis e não produzir grãos.

Essa espécie geralmente não volta a crescer após a colheita, de modo que ele se adapta melhor a uma colheita de corte único para silagem.

Sorgo granífero

O sorgo granífero pode assumir várias formas e tamanhos, desde uma panícula redonda e compacta até uma panícula aberta e caída que pode ser baixa ou alta.

Essa variedade pode obter várias colorações, sendo utilizado em todos os segmentos da indústria, pois possui propriedades benéficas e nutricionais.

O produto principal da planta é o grão, porém após a colheita, o restante da planta pode ser usado como feno ou para pasto.

Sorgo vassoura

O sorgo vassoura possui fibras longas e grãos encapsulados e é bastante utilizado para a fabricação de vassouras por ser um material de grande resistência e durabilidade.

É muito produzido na região Sul do Brasil e as outras partes da planta que não são panículas, são utilizadas para a alimentação animal.

Sorgo sacarino

O sorgo sacarino tem a colheita pelos caules e não pelo grão e é semelhante à cana-de-açúcar, sendo rico em açúcares.

A planta é caracterizada por ter grande porte e pouca produção de sementes e pode ser usada para silagens, produção de açúcar e álcool.

Sorgo biomassa

O sorgo biomassa tem a maior estatura de todas as variedades de sorgo, atingindo uma altura de até 6 metros em uma estação de crescimento normal.

Essa espécie é conhecida por ser usada principalmente para a produção de bioenergia, pois consegue gerar alto poder de calor.

Ciclo de cultivo do sorgo

O sorgo é uma planta tropical e exige um clima quente para atingir seu máximo potencial. Nesse sentido, não suporta baixas temperaturas e, por isso, no Brasil, é cultivado em regiões com temperaturas médias superiores a 20 °C.

A planta é 100% mecanizável e usa os mesmos equipamentos de plantio, cultivo e colheita utilizados para outras culturas de grãos como a soja, o arroz e o trigo.

No entanto, a cultura pode também ser feita manualmente e sua adaptação a sistemas utilizados por pequenos produtores é muito boa.

Seu ciclo dura entre 90 a 120 dias, dependendo da espécie plantada, podendo variar entre tamanho e formato.

Melhor época para plantio e semeadura do sorgo

Como a semente do sorgo é pequena, é necessário que o plantio seja superficial, com uma profundidade que vai de 3 cm a 5 cm. Para melhorar a produtividade, o solo deve ter um bom preparo para facilitar o crescimento das plântulas.

A semeadura deve ocorrer entre os períodos de setembro e outubro, porém dependerá da época do início das chuvas. A produção é mais propícia quando o plantio acontece em outubro.

Além disso, é importante ressaltar que quanto mais tarde o plantio, menor poderá ser o porte da planta. Assim, se o cultivo for realizado em dezembro, esse efeito pode ser ainda maior.

Dessa forma, é fundamental fazer um planejamento de plantio para aumentar a produtividade da plantação de sorgo, elevando a eficiência da colheita.

Principais doenças do sorgo

O sorgo é propício a várias doenças e muitas delas podem limitar a produção, podendo estar ligadas a fatores ambientais e vulnerabilidade do cultivo.

Nesse sentido, as principais doenças que podem acometer o sorgo são:

  • Antracnose (Colletotrichum sublineolum);
  • Helmintosporiose (Exserohilum turcicum);
  • Míldio do sorgo (Peronosclerospora sorghi);
  • Ferrugem (Puccinia purpurea);
  • Cercosporiose (Cercospora fusimaculans);
  • Mancha-alvo (Bipolaris sorghicola);
  • Mancha-zonada (Gloeocercospora sorghi);
  • Mancha de Ramulispora (Ramulispora sorghi);
  • Doença açucarada do sorgo (Sphacelia sorghi).

Principais pragas do sorgo

Assim como as doenças, o sorgo é vulnerável a diversas pragas que podem reduzir a capacidade produtiva da plantação.

Desse modo, as principais pragas que podem comprometer o sorgo são:

  • Larva-arame (Conoderus scalaris);
  • Lagarta-elasmo (Elasmopalpus lignosellus);
  • Broca-da-cana-de-açúcar (Diatraea spp.);
  • Pulgão-verde (Schizaphis graminum);
  • Pulgão-do-milho (Rhopalosiphum maidis);
  • Lagarta-do-cartucho (Spodoptera frugiperda);
  • Mosca-do-sorgo (Stenodiplosis sorghicola).

5fatores para elevar a produtividade da plantação de sorgo

Cada cultura exige um preparo prévio antes da plantação e mesmo que o sorgo seja uma planta que não possua muitas exigências, é necessário alguns cuidados para obter bons resultados.

Separamos as principais informações as quais é preciso estar atento. Confira!

1. Clima e irrigação

Basicamente, o sorgo é uma cultura de clima tropical e prospera bem em temperaturas entre 26°C e 30°C, mas abaixo de 16°C e acima de 38 °C, não possui boa adaptação.

Conforme dados da Embrapa, no decorrer do cultivo são necessários entre 380mm a 600mm de água. Geralmente não há um método específico de irrigação, sendo opcional por parte do produtor.

2. Preparo do solo e terreno

A cultura do sorgo adapta-se a uma grande variedade de solos, mas desenvolve-se bem em solos mais arenosos e com boa drenagem. A faixa de pH do solo de 5,5 a 6,5 é ideal para seu cultivo e melhor crescimento.

O campo principal deve ser arado e nivelado com uma inclinação fina para uma semeadura sem ervas daninhas, já que a semente precisa estar em bom contato com o solo para a germinação.

Quanto ao terreno, deve-se evitar campos rochosos e 1 ou 2 lavras seguidas de 2 gradagens transversais são necessárias para preparar um bom canteiro.

3. Método de semeadura e profundidade de plantio

É importante ressaltar que o método de semeadura pode variar conforme o tipo de sorgo, regulagem de equipamentos de plantio, entre outros fatores.

Semeadura sorgo

Além disso, a propagação de sementes deve ser evitada e não deve ser semeada a mais de 3 a 5 cm de profundidade.

4. Adubação

O sorgo possui uma exigência nutricional que demanda o uso de nitrogênio, potássio, cálcio, magnésio e fósforo. Contudo, a adubação apenas deverá ser feita após uma análise minuciosa do solo.

Ainda é possível usar os restos culturais da plantação para devolver ao solo parte dos nutrientes contidos na palhada, como potássio, cálcio e magnésio.

No entanto, ainda é necessária a reposição dos nutrientes a seguir:

Adubação sorgo
Fonte: Embrapa

5. Colheita

A colheita deve ser feita com eficiência, enquanto a cultura está em seu auge, podendo ser de forma manual ou mecânica. O objetivo é entregar o produto em condições ideais para o armazenamento.

Dessa maneira, a pontualidade da colheita é um fator crucial para garantir o máximo lucro da produção. Assim, antes de tudo, é importante que os equipamentos estejam bem regulados, caso feito mecanicamente, para aproveitar o máximo possível das plantas.

Em suma, o tempo ideal para a colheita está diretamente ligado à finalidade a qual o sorgo será utilizado. Ou seja, existem períodos diferentes para a colheita dos grãos, corte verde, pastejo, ensilagem, cobertura morta, entre outros.

No geral, o sorgo leva entre 30 a 60 dias a partir da sua semeadura até a colheita. Além disso, sua umidade deve estar entre 12 a 17% com secagem artificial e sem, entre 12 a 13%.

Por fim, é importante destacar que para um bom plantio e colheita do sorgo, seguir à risca as indicações podem elevar a produtividade para obter bons frutos como resultado. Nesse sentido, uma consultoria agronômica também pode ser essencial.

Gostou do conteúdo? Continue acompanhando nosso blog e as redes sociais!

Publicado por:
Formada em Comunicação Social Audiovisual, pós-graduada em Linguagens e Processos de Realização para o Cinema e Analista de Conteúdo na Aliare.