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Como evitar o impacto da umidade na armazenagem de grãos

A umidade na armazenagem de grãos é um desafio crítico para o agronegócio, comprometendo a qualidade, segurança e durabilidade dos produtos.

Sem um controle adequado, os grãos sofrem deterioração acelerada, favorecendo a proliferação de fungos e pragas, impactando diretamente o valor econômico e a rentabilidade dos negócios.

Para atender à crescente demanda global e otimizar os processos de armazenamento, investir em técnicas e tecnologias para reduzir a umidade é fundamental.

Neste artigo, abordaremos a importância de um controle rigoroso da umidade, contextualizando suas implicações dentro do agronegócio e apresentando soluções práticas e eficazes para a preservação dos grãos.

Impactos da umidade na armazenagem de grãos

Quando os níveis de umidade ultrapassam os limites ideais, ocorre uma deterioração física e química que prejudica a integridade dos grãos. Alguns dos problemas mais comuns são:

Problemas estruturais e de qualidade

A umidade elevada pode degradar as características físicas e nutricionais dos grãos, comprometendo sua integridade e qualidade para o consumo ou processamento.

Riscos de proliferação de fungos e pragas

Condições úmidas criam o ambiente ideal para o desenvolvimento de fungos e a infestação de pragas, acelerando a deterioração e aumentando o risco de contaminação.

Consequências econômicas

A deterioração dos grãos reduz seu valor de mercado e gera custos adicionais com remediação, afetando diretamente a rentabilidade dos negócios.

Esses impactos evidenciam a importância de adotar medidas eficazes para monitorar e controlar a umidade durante o armazenamento de grãos.

Como identificar e monitorar a umidade dos grãos?

Para garantir a qualidade dos grãos, é fundamental identificar e monitorar a umidade continuamente.

Nesse sentido, os principais indicadores, ferramentas e métodos de monitoramento para auxiliar nesse processo são:

Indicadores e sinais de problemas

  • Alteração na aparência: grãos com coloração ou textura alterada podem indicar umidade excessiva.
  • Presença de fungos e mofo: o surgimento de manchas ou bolores na superfície dos grãos é um sinal claro de condições inadequadas.
  • Odor alterado: cheiro de mofo ou fermentação pode sugerir que a umidade está comprometendo a qualidade.
  • Perda de peso: variações inesperadas no peso dos grãos podem indicar absorção excessiva de água.
  • Formação de condensação: a presença de condensação nas paredes dos silos ou armazéns também é um indicador de problemas.

Ferramentas e tecnologias para medição da umidade

  • Higrômetros e termo-higrômetros: instrumentos portáteis que medem a umidade relativa do ar e dos grãos.
  • Medidores de umidade digital: equipamentos que fornecem leituras precisas e rápidas, facilitando o controle.
  • Sistemas de monitoramento integrado: soluções tecnológicas que utilizam sensores conectados a softwares de gestão, permitindo o acompanhamento em tempo real.
  • Ensaios laboratoriais: análises mais detalhadas que podem ser realizadas periodicamente para confirmar os níveis de umidade medidos in loco.

Métodos de monitoramento

  • Monitoramento contínuo: em armazéns e silos de grande escala, é recomendável a instalação de sistemas integrados que ofereçam leituras em tempo real.
  • Inspeções periódicas: realizar verificações regulares, utilizando medidores portáteis, para confirmar a eficácia dos sistemas de controle e identificar possíveis pontos críticos.
  • Amostragem representativa: coletar amostras de diferentes áreas do armazém para uma análise detalhada, garantindo que os dados reflitam a situação geral do armazenamento.
  • Registro e análise dos dados: manter um histórico das medições para identificar tendências e ajustar as estratégias de controle conforme necessário.

A implementação de um monitoramento eficiente ajuda na detecção precoce de problemas e contribui para decisões estratégicas, garantindo a integridade e o valor dos grãos armazenados.

Qual a frequência para o monitoramento da umidade dos grãos?

A frequência de monitoramento da umidade dos grãos depende da etapa do processo (colheita, armazenamento ou transporte) e das condições ambientais, mas segue padrões gerais para evitar deterioração.

1. Antes do armazenamento

  • Medir a umidade de todas as cargas/lotes que serão armazenados;
  • Objetivo: Garantir que os grãos estejam na umidade ideal (ex.: 13-14% para milho/soja; 12% para trigo).

2. No armazenamento

  • Primeiros 7 dias: diariamente (período crítico de estabilização);
  • Foco em grãos recém-colhidos ou com umidade próxima do limite máximo;
  • Após estabilização: semanalmente (verificação padrão para evitar surpresas);
  • Verificação imediata após eventos climáticos: chuvas, alta umidade relativa do ar ou variações bruscas de temperatura.

2.1. Pontos de coleta no silo/armazém

Amostras devem ser coletadas em:

  • Superfície (mais exposta à umidade);
  • Meio (ponto central);
  • Fundo (risco de compactação e umidade por condensação).

3. Durante o transporte

  • Antes do carregamento, medir a umidade para evitar transportar grãos úmidos (risco de aquecimento);
  • Após exposição a chuva/umidade, verificar novamente, especialmente se o transporte foi aberto ou em condições adversas.

4. Fatores que aumentam a frequência

  • Grãos úmidos (>14%): monitorar diariamente até atingir a umidade segura;
  • Silos sem aeração: exigem verificações mais frequentes (2-3 vezes por semana);
  • Clima úmido ou quente: aumentar a frequência para 2-3 vezes por semana;
  • Histórico de pragas ou mofo: inspeções diárias até resolver o problema.

5. Consequências da falha no monitoramento

  • Alta umidade: perdas por fermentação, mofo, toxinas (ex.: aflatoxinas) e aquecimento espontâneo (risco de incêndio em casos extremos);
  • Baixa umidade: quebra de grãos e perda de peso comercial.

É essencial ajustar a frequência conforme riscos locais (ex.: clima, tipo de silo) e utilizar tecnologias como sensores IoT para otimizar o processo.

Técnicas para o controle da umidade dos grãos

Controlar a umidade dos grãos exige estratégias adaptadas à realidade de cada produtor: desde técnicas rápidas para emergências até soluções contínuas para armazenamento.

A escolha do método ideal depende do volume da produção, clima da região e urgência do problema.

Abaixo, confira um comparativo detalhado das técnicas disponíveis para não errar na decisão!

Tabela com técnicas para o controle da umidade dos grãos

Consequências econômicas e de segurança alimentar da má gestão de umidade

A má gestão da umidade na armazenagem de grãos pode ter sérias repercussões econômicas, afetando desde produtores individuais até grandes operações agrícolas.

Perdas de produto

A umidade excessiva pode levar à deterioração dos grãos, resultando em perdas de produto. Isso não somente diminui a quantidade de grãos disponíveis para venda, mas também reduz a qualidade, impactando o preço de mercado.

Custo de remediação

Quando a umidade não é gerida adequadamente, pode ser necessário investir em medidas de remediação, como a secagem adicional ou o tratamento contra fungos e pragas.

Esses processos podem ser caros e, muitas vezes, não recuperam totalmente o valor do grão afetado.

Redução da rentabilidade

A deterioração e a perda de qualidade dos grãos pode levar a uma redução nos lucros.

Tanto a venda de grãos a preços inferiores quanto os custos adicionais de gestão podem impactar significativamente a rentabilidade de produtores e distribuidores.

Impacto no mercado

Grandes volumes de grãos danificados podem afetar o equilíbrio de oferta e demanda no mercado, levando potencialmente a flutuações de preço que impactam toda a cadeia de suprimentos, desde agricultores até consumidores finais.

Normas e regulamentos de segurança alimentar

Existem limites legais para o teor de umidade em grãos armazenados, definidos por órgãos como o MAPA (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento) e por regulamentações internacionais de comércio.

Grãos fora do padrão podem ser rejeitados em fiscalizações, perder certificações e se tornar impróprios para consumo humano e animal.

Além disso, essa condição favorece a produção de micotoxinas por fungos, substâncias tóxicas que colocam em risco a saúde pública e exigem atenção rigorosa à segurança alimentar.

Portanto, uma boa gestão é uma exigência para garantir competitividade, cumprir as normas legais e proteger a saúde dos consumidores.

Conclusão

Controlar a umidade na armazenagem de grãos é uma etapa essencial para preservar a qualidade dos produtos, evitar perdas econômicas e garantir a segurança alimentar.

Como vimos, o excesso de umidade pode causar deterioração dos grãos, favorecer a proliferação de fungos e pragas, comprometer a comercialização e gerar prejuízos financeiros expressivos.

Então, para maximizar os benefícios e minimizar os riscos associados, é importante:

  • Realizar inspeções frequentes e utilize ferramentas confiáveis para medição;
  • Investir em sistemas automatizados de monitoramento para maior precisão e controle;
  • Manter os ambientes de armazenamento bem ventilados e com temperatura controlada;
  • Buscar capacitação constante sobre boas práticas de armazenagem;
  • Estar atento às atualizações nas normas técnicas e exigências legais.

Para garantir uma gestão eficiente da umidade e proteger o valor da sua produção, considere consultar especialistas ou investir em soluções tecnológicas específicas para armazenamento de grãos.

Pequenos ajustes hoje podem evitar grandes prejuízos amanhã e fortalecer sua posição no mercado.

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Publicado por:
Formada em Comunicação Social Audiovisual, pós-graduada em Linguagens e Processos de Realização para o Cinema e Analista de Conteúdo na Aliare.